O dia 1 de maio perdeu sua importância ao longo dos anos, mas um dia foi a data mais esperada do ano para aqueles que lutavam contra a ditadura militar e esperavam envolver os trabalhadores na luta.
Hoje é apenas um feriado, um dia de descanso, mas era o contraponto aos generais e dia de luta, onde as bandeiras esquerdistas se infiltravam em meio às passeatas e atos organizados pelas pastorais.
Entre aquele 1 de maio histórico do ABCD paulista, cuja foto que ilustra esta matéria mostra o então líder operário Lula diante de uma multidão e monitorado por helicópteros do Exército, e os eventos de hoje onde até carros são sorteados, ficou congelado no tempo a memória de quem lutou pela democracia.
Os trabalhadores conquistaram muito, mas não conquistaram tudo. Não faz sentido o 1 de maio deixar de ser um dia de lutas para ser um dia repouso ou festa.
A luta tem que ser sistemática e a revolução têm que ser permanente, como um dia aprendi com Leon Trotsky.
A vigilância é a garantia de que nunca mais haverá retrocesso, a classe operária ascendeu e para se manter onde está tem que se manter mobilizada.
Nesta eleição, muito mais do que se imagina está em jogo. A democracia não corre riscos, mais algumas conquistas sim.
Serra tem passado ligado à esquerda, foi presidente da UNE, mas é paulista e pensa apenas em um Brasil grande a partir do sudoeste, o famoso eixão São Paulo-Rio-Minas.
Nunca se viu tanto investimento no Nordeste. Rodovias duplicadas, hospitais, indústrias, saneamento, transposição.
Experimentamos um pedacinho do paraíso que os sulistas sempre tiveram e agora não podemos deixar escapar a chance de seqüenciar mais quatro anos de progresso.
Desculpe-me aqueles que esperavam deste blogueiro imparcialidade. Devo dizer que sempre fui radicalmente ligado as esquerdas e as lutas populares.
Combati o bom combate e só desbundei quando a ditadura caiu. Foquei neste alvo e desde muito jovem lutei para Lula chegar ao poder. Ele chegou e não decepcionou, apesar das falhas e denúncias de corrupção em sua gestão.
Não podemos neste 1 de maio deixar de pedir uma reflexão: um dia lutamos pelo nosso futuro e dos nossos filhos. Agora lutaremos pelo futuro dos nossos netos.
Fonte: Dércio
Soares
Este post foi escrito por: Soares
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