A
Polícia Federal recebeu em setembro mais duas cartas anônimas com
denúncias de fraude em licitações de trens e pagamento de propina por
empresas que fizeram negócios com o governo do Estado de São Paulo, de
acordo com a revista "Veja".
Segundo
a revista, o autor das cartas é um ex-funcionário da multinacional
japonesa Mitsui, uma das empresas investigadas por suspeita de formação
de cartel para fraudar licitações do Metrô de São Paulo e da CPTM nos
últimos anos, período em que o Estado foi administrado por sucessivos
governos do PSDB.
Escritas
em inglês, as cartas teriam sido enviadas à embaixada do Brasil em
Tóquio e depois repassadas à PF pelo ministro da Justiça, o petista José
Eduardo Cardozo, a quem a PF está subordinada.
Na
semana passada, Cardozo foi criticado pelo PSDB por ter repassado à PF
outro pacote de documentos apócrifos, atribuídos a um ex-funcionário da
multinacional alemã Siemens, que aponta políticos tucanos como
destinatários de propina.
CARDOZO NA BERLINDA
Ontem,
o jornal "Correio Braziliense" noticiou que em 2002, recém-eleito
deputado federal, Cardozo se reuniu duas vezes com o consultor Arthur
Teixeira, indiciado pela Polícia Federal sob a suspeita de repassar
propina da Siemens e da francesa Alstom para políticos tucanos e
funcionários públicos.
O
advogado de Teixeira, Eduardo Carnelós, afirmou que Cardozo procurou o
consultor para falar sobre transporte metroferroviário e energia, temas
que "poderiam ser objeto de sua atuação no exercício de seu mandato".
Teixeira
estaria acompanhado do seu sócio Sérgio Meira Teixeira, morto em 2011.
As conversas, segundo o advogado, não trataram "de nenhum projeto
específico, muito menos se cogitou de relações que pudessem incorrer em
ilicitude".
"Não
me lembro de ter recebido essas pessoas, até porque nunca atuei na área
de transportes, mas não descarto a possibilidade de ter recebido essas
pessoas a pedido de alguém", disse Cardozo.
O
ministro afirmou que, caso tenham ocorrido, os encontros desse tipo são
"algo absolutamente normal da minha atividade parlamentar".
Postado Por: Soares
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