Folha de
S.Paulo
É
inquestionável a melhora do Brasil com a sequência de FHC, Lula e Dilma
no Palácio do Planalto. Agora, PT e PSDB têm duelado para saber quem fez
o país avançar mais. Esse debate só interessa aos políticos.
Petistas
e tucanos fariam melhor se refletissem sobre o que preocupa os
brasileiros no dia a dia. Por exemplo, a persistência de um certo bolsão
de incivilidade e intolerância entre torcidas de futebol nos estádios e
em suas redondezas.
A
violência das torcidas não é exclusiva dos brasileiros, mas o país
poderia dar o exemplo para o mundo. Essa não parece ser uma preocupação
de quem comanda o país, pois nenhuma política eficaz foi adotada por
tucanos ou petistas nas últimas décadas.
Agora,
os brasileiros chegaram ao paroxismo. Exportaram a violência. Há
indícios de que foram torcedores do Corinthians os responsáveis pela
morte de um boliviano de 14 anos durante um jogo no país vizinho.
O
amor pelo futebol é uma das marcas mais vibrantes da cultura brasileira.
Os jogos da seleção nacional são um dos raros momentos em que o país
parece virar uma nação. Ao mesmo tempo, fãs desse esporte -as chamadas
torcidas organizadas- demonstram seus instintos mais primitivos quando
assistem a um jogo.
Um
levantamento do jornal 'Lance' em 2012 indicava que a violência ligada
ao futebol já havia provocado 191 mortes no Brasil desde 1988. A
maioria, jovens de até 30 anos.
Vou a
estádios desde os anos 70. A situação só piora. Governadores,
deputados, senadores, prefeitos e a presidente da República têm o dever
de propor políticas eficazes que reduzam esse tipo de violência.
Até
ontem, apenas o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, havia manifestado
pesar pela morte do jovem boliviano. É pouco. E demonstra como a
política está desconectada da vida real das pessoas.
Postado Por: Soares
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