topo

    Ícones sociais

    CONVERSOR DE MOEDAS

Loading...

Eleições na PB viram ‘negócio de família’ para candidatos


As eleições 2010 irão registrar grande influência das famílias, algumas com influência desde 1870.

As oligarquias familiares do Estado continuam mantendo viva a tradição de manter os herdeiros políticos no Poder. Uma tradição que passa de pai para filho, marido para esposa, irmão para irmão e até sogro para genro numa demonstração de que a política é um negócio de família.

As eleições 2010 irão registrar grande influência das famílias, algumas com influência desde 1870 quando Waldivino Lobo Maia chefe político e deputado por várias vezes impulsionou entrada da família Maia na política que teve como sucessores o ex-governador João Agripino Maia, o saudoso deputado Gervásio Maia até o atual deputado estadual Gervásio Filho.

Dentre os herdeiros políticos que disputarão eleições este ano estão o deputado federal Efraim Filho (DEM), candidato à reeleição, filho do senador Efraim Morais, que tenta retornar ao Senado. Os Morais dominam politicamente a região do Vale do Sabugi. Mas a tradição dos Morais vem desde a década de 60 quando Inácio Bento Morais, pai do senador Efraim Morais, foi deputado estadual por quatro legislaturas.

O deputado estadual Leonardo Gadelha (PSC), filho do atual deputado federal Marcondes Gadelha, tentará ocupar a cadeira do pai na Câmara Federal. Já Marcondes, que preside o PSC na Paraíba, pleiteia espaço de vice na chapa do governador José Maranhão (PMDB).

O ex-governador Roberto Paulino e o deputado Raniery Paulino, ambos do PMDB, também podem fazer dobradinha nas eleições 2010. Com base política no Brejo paraibano Roberto Paulino sonha com uma vaga de senador e Raniery tentará reeleição na Assembleia. Enquanto se definem a esposa e mãe Fátima Paulino continuará como prefeita de Guarabira até 2012.

O deputado federal Wellington Roberto (PR) e pré-candidato a senador também fará dobradinha com o filho Caio Roberto, que já trabalha sua candidatura a deputado estadual. Dentre os pais e filhos candidatos estão também o deputado federal e postulante ao Senado Wilson Santiago (PMDB), que de quebra deve lançar Wilson Filho para a Câmara Federal. Tanto Wellington quanto Santiago não têm raízes políticas.

Grupos tradicionais na disputa

Mas os laços familiares não param por aí. O prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital, não entra na disputa em 2010, mas lança o irmão o deputado federal Vital Filho para o Senado e estuda lançar a sua mãe, Nilda Gondim, como deputada federal. Nildinha é filha do ex-governador Pedro Gondim. O governador José Maranhão também lançará novamente os sobrinhos Benjamin Maranhão como candidato a deputado federal e Olenka Maranhão para deputada estadual.

Os Cunha Lima também tentarão recuperar espaços políticos após a cassação do ex-governador Cássio Cunha Lima e a renúncia do então deputado federal Ronaldo Cunha Lima. Agora Cássio tentará dar a volta por cima se elegendo para o Senado com a companhia do tio o ex-senador Ivandro Cunha Lima para deputado estadual ou candidato a vice-governador de Ricardo Coutinho.

O patriarca e presidente estadual do PP, Enivaldo Ribeiro, acompanha os passos dos dois filhos que devem disputar mandatos este ano - o atual deputado estadual Aguinaldo Ribeiro, que tentará vaga na Câmara Federal, e a vereadora Daniela Ribeiro, que pode sair candidata a vice na chapa encabeçada pelo ex-prefeito Ricardo Coutinho. Enivaldo casou com a filha do ex-deputado na década de 60 e usineiro Agnaldo Veloso Borges,Virgínia, que atualmente é prefeita do município de Pilar. (CG)

José Otávio aponta novo fenômeno

O historiador José Octávio de Arruda Mello avaliou que outro fenômeno que marcará essa eleição são líderes políticos lançando mão de suas candidaturas para lançar suas esposas como candidatas a cargos eletivos. O deputado Zenóbio Toscano deve apresentar um “plano B” com a esposa e ex-prefeita de Guarabira, Léa Toscano, disputando mandato na Assembleia, e sair da vida pública até 2012 quando pode disputar a prefeitura de Guarabira. Léa Toscano se filiou ao PSB. O prefeito de Picuí, Buba Germano (PSDB), também deve lançar a sua esposa, Gilma Germano, como candidata a deputada estadual.

De acordo com José Octávio, esse foi um instrumento bastante utilizado na época da Ditadura Militar em que políticos foram cassados e, como estavam impedidos, lançavam suas esposas como candidatas. “A estratégia na época não surtiu muito efeito porque logo depois o governo baixou um Ato Complementar impedindo as mulheres dos políticos de se candidatarem”, lembrou.

osé Octávio destacou que na história recente são vários os políticos que passaram o poder para suas esposas, citando o deputado Dinaldo Wanderley, que lançou a candidatura de Edna Wanderley, que foi eleita deputada entre 2002 e 2006; o deputado João Henrique (DEM) que elegeu a esposa, Edna Henrique, como prefeita de Monteiro e o ex-prefeito de Patos Edvaldo Mota, que passou o poder para o irmão, que também foi prefeito, e para a sua viúva, a deputada Francisca Mota, que cumpre o terceiro mandato na Assembleia. (CG)

Pais e filhos se revezam na missão

Há também casos em que o filho está lançando mão de ser candidato para apoiar o pai. O deputado estadual Dunga Júnior (PTB) sai de cena e dará espaço para a volta do suplente de senador e ex-deputado federal Carlos Dunga para a Assembleia Legislativa.

Mas nem sempre pais e filhos estão do mesmo lado, assim como já ocorreu com o saudoso deputado Vital do Rêgo e o filho Veneziano que estiveram em lados opostos disputando o cargo de deputado federal, mas nenhum dos dois foi eleito.

Enquanto o ex-deputado estadual Walter Brito (PPS) sairá candidato a deputado federal na base de apoio do virtual candidato ao governo Ricardo Coutinho (PSB), o seu filho e ex-deputado federal Walter Neto, cassado por infidelidade partidária, também disputa uma vaga na Câmara Federal na base de apoio do governador José Maranhão. (CG)

Ricardo: caso que fugiu à regra

Oliveira Viana foi um dos primeiros sociólogos a perceber a família como uma instituição não só biológica e social, mas política. Ao contrário de Cássio Cunha Lima, José Maranhão e Efraim Morais que vêm de famílias com tradição política, o ex-prefeito Ricardo Coutinho quebra isso por vir de uma vertente ideológica junto aos movimentos populares, sindicatos e movimentos estudantis.

“É interessante que mesmo sem raízes políticas, Ricardo se apoia na tradição familiar dos Cunha Lima em Campina Grande e dos Morais para penetrar eleitoralmente em Campina Grande e região da Borborema e no Vale do Sabugi”, destaca o historiador José Otávio

Para o pesquisador da história da Paraíba, o Estado se destaca por contar em sua história com lideranças oligárquicas como a representada por Argemiro de Figueiredo; lideranças da classe média como João Agripino, Burity e Mariz e lideranças populistas como os ex-governadores Ruy Carneiro e Wilson Braga. (CG)

Fonte: Jornal da Paraíba
Soares
author

Este post foi escrito por: Soares

Receba E-mail atualizações gratuitas !

Postar um comentário

«Postagen Anterior Proxima Postagen »
Back To Top